ALAGOAS E A SEGURANÇA PÚBLICA DE PLÁSTICO

28/05/2012 20:19

De acordo com o SINDPOL nos últimos 10 anos o número de homicídios em Alagoas aumentou mais de 350%, e é resultado da ingerência administrativa nas políticas públicas de segurança executadas pelos governos que se sucederam. O paraíso das águas sofre com a inércia de governantes descompromissados com a população, a maquina estatal é utilizada como ferramenta pessoal de segurança por poderosos que ganham eleições com campanhas milionárias fazendo do voto uma mercadoria de troca, assolando o direito a cidadania.

No atual governo surge a SEPAZ – Secretaria de Estado da Promoção da Paz, que entre suas ações, trabalha na perspectiva de recuperar dependentes químicos e jovens em situação de risco. O trabalho desenvolvido tem sido bonito e até significativo, mas há convir que o Estado recupera o dependente mas não combate o tráfico, Alagoas não tem efetivo policial o suficiente para resguardar a população, no entanto parte deste é utilizado para fazer a segurança dos que mamam no dinheiro de impostos pagos por pessoas honestas, que assistem de braços atados o seu Direito Social à segurança escorrer pelo ralo.

Em Alagoas homicídios ocorrem diariamente, a violência que antes se concentrava nas periferias, hoje invade os bairros nobres da capital alagoana, a situação é mais que séria, beira o absurdo. O Estado rico em belezas naturais vive o horror insegurança pública, voltamos ao “estado de natureza” preconizado por Hobbes em Leviatã, “o homem é lobo do homem”, trabalhadores colocam grades em suas residências, a cerca elétrica que há uma década era utilizada apenas pela classe “A”,  virou artefato de segurança em casa de gente nada abastada. Os bandidos estão à solta, em contrapartida o cidadão de bem vive atrás das grades.

Muitos levantarão a bandeira de que o voto é a arma da mudança, difícil acreditar nisso, a reeleição do atual governo revela que o resultado alcançado foi consequência de milhões investidos em campanha. No período eleitoral pessoas se vendem, outras compram, e a culpa é de quem compra? De quem se vende? O fato é que, como dizia Hannah Arendt "A pobreza força o homem livre a agir como escravo". Enquanto isso, segurança vira artigo de luxo em Alagoas.